terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para Voce...


Pensar em tudo que se passou,
Que se pôde sonhar e não realizou
A vida tentando escapar,
Mas não por agora
Ao mesmo tempo tanta coisa se amou,
Se refez, se perdeu, se conquistou,
Retratos estampados do nosso amor,
Em preto e branco, pregados na parede,
Revelando pra sempre a gente,
Nosso orgulho um do outro,
Olhando pra lente como quem dissesse
"não queremos mais nada nesse mundo"
E que me lembrasse a cada instante
Que valeu a pena cada lance,
E que valerá, tenha certeza, pra toda a vida
Vou levar, vou te levar,
Pra onde for, vou te levar
Vou levar, vou te levar,
Pra onde for, vou te levar
Pensar em tudo que se passou,
Que se pôde sonhar e não realizou
A vida tentando escapar,
Mas não por agora
Ao mesmo tempo tanta coisa se amou,
Se refez, se perdeu, se conquistou,
Retratos estampados do nosso amor,
Em preto e branco, pregados na parede,
Revelando pra sempre a gente,
Nosso orgulho um do outro,
Olhando pra lente como quem dissesse
"não queremos mais nada nesse mundo"
E que me lembrasse a cada instante
Que valeu a pena cada lance,
E que valerá, tenha certeza, pra toda a vida
Vou levar, vou te levar,
Pra onde for, vou te levar
Vou levar, vou te levar,
Pra onde for, vou te levar

Vou Te Levar

Lobão

Composição: Lobão / Bernado Vilhena

domingo, 19 de dezembro de 2010

BEBENDO A VIDA

Beber a vida num trago, e nesse trago 
Todas as sensações que a vida dá 
Em todas as suas formas [...] 
..................................................................... 
Dantes eu queria 
Embeber-me nas árvores, nas flores, 
Sonhar nas rochas, mares, solidões. 
Hoje não, fujo dessa idéia louca: 
Tudo o que me aproxima do mistério 
Confrange-me de horror.  Quero hoje apenas 
Sensações, muitas, muitas sensações, 
De tudo, de todos neste mundo — humanas, 
Não outras de delírios panteístas 
Mas sim perpétuos choques de prazer  
Mudando sempre, 
Guardando forte a personalidade  
Para sintetizá-las num sentir. 
             Quero 
Afogar em bulício, em luz, em vozes,  
— Tumultuárias [cousas] usuais — 
o sentimento da desolação 
Que me enche e me avassala. 
              Folgaria 
De encher num dia, [...] num trago, 
A medida dos vícios, inda mesmo 
Que fosse condenado eternamente — 
Loucura! — ao tal inferno, 
A um inferno real. 
-------------------------------------------
Poesia de Fernando Pessoa...

TEMPO

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sabedoria

A DÍVIDA EXTERNA DA EUROPA - Cacique Guaicaipuro Cuatémoc



Índio surpreende chefes na reunião de cúpula

Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Européia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:

"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.

O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.

Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.

Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.

Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América

Terá sido isso um saque?

Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.

Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?

É com pesar que dizemos não.

No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.

No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.

Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.

Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.

Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."

Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.

Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.

Se tem amigos honestos, faça-os conhecer este discurso. Eles tambem têm sido vendidos.


sábado, 30 de outubro de 2010

Maioria de latinos que vive nos EUA se vê discriminada, aponta pesquisa.



"A maioria dos latinos que vivem nos Estados Unidos acha que o grupo sofre discriminação no país, e o status imigratório é, para mais de um terço deles, a principal razão do preconceito.
Segundo pesquisa divulgada ontem pelo Pew Hispanic Center, 61% dos latinos afirmam que a discriminação é um "grande problema", contra 54% que diziam o mesmo em 2007. Naquele ano, 23% atribuíam a intolerância à situação ilegal; hoje, o número subiu para 36%.
O centro ouviu 1.375 adultos hispânicos por telefone fixo e celular, entre 17 de agosto e 19 de setembro. A margem de erro é de 3,3 pontos percentuais.
A conclusão da pesquisa é que "a revolta política nacional contra a imigração ilegal criou novas divisões entre os latinos e intensificou suas preocupações com a discriminação contra os membros do seu grupo étnico --incluindo aqueles que nasceram nos EUA ou imigraram ilegalmente".
Mais da metade dos latinos afirmou aos pesquisadores ter medo de que amigos, familiares ou eles mesmos sejam deportados.
A falta de uma reforma imigratória é tida como uma das principais razões pelas quais os hispânicos não se sentem estimulados a votar nas eleições legislativas da próxima terça-feira. (...) "

Fonte: Folha de São Paulo, 29/10/2010.
Disponível em:  http://www1.folha.uol.com.br/mundo/822201-maioria-de-latinos-que-vive-nos-eua-se-ve-discriminada-aponta-pesquisa.shtml

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Antropofagia.

tarsila do amaral
Antropofagia. Tarsila do Amaral, 1929.


tarsila do amaral abaporu
Abaporu. Tarsila do Amaral, 1928.


tarsila do amaral
Cartão Postal. Tarsila do Amaral, 1928.



O mamoeiro. Tarsila do Amaral, 1925.



Morro da favela. Tarsila do Amaral, 1924.


tarsila do amaral
Estação Central do Brasil. Tarsila do Amaral, 1924.


tarsila do amaral operarios
Operários. Tarsila do Amaral, 1933.


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Revolución

"Una mano
más una mano
no son dos manos
son manos unidas
une tu mano
a nuestras manos
para que el mundo
no esté en pocas manos
sino
en todas las mano"

Gonzalo Arango


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Analfabeto Político

 Bertolt Brecht 

" O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo." 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

América Latina comemora Dia da Resistência Indígena.

Hoje, 12 de outubro, não é somente dia de Nossa Sra de Aparecida, mas também dia da Resistência Indígena na América Latina.   
Desta forma devemos nos perguntar o porquê em  nosso país não celebramos a data (12 de outubro) como tal.  Apenas  a celebramos como  dia das crianças (enfatizada pelo comércio e capitalismo) e o dia de Nossa Sra. Aparecida.
Será que também não é hora de o Brasil resgatar a data como um dia de lembrança e luta pelos nossos povos nativos/ indígenas que até hoje são massacrados?!
A reportagem abaixo nos mostra o atraso do Brasil no resgate e consideração de nosso povo nativo/indígena em nossa terra, os quais nos constituem como brasileiros.
 
 
América Latina comemora Dia da Resistência Indígena.
 

Comunidad indígena. Foto: Noticias 365.
Comunidade Indígena. Fonte: Telesur
 

Esta terça-feira o povo latinoamericano comemora uma vez mais o  Dia da Resistência Indígena, como parte da reivindicação dos quais foram oprimidos com a  chegada dos europeus às terras americanas.
 
Em 12 de Outubro, Dia da Resistência Indígena, também conhecido em alguns países na América Latina  como o dia da Raça ou o dia de Colombo, se recorda o sangue derramado pelos povos nativos deste território, que foram vítimas da violência dos colonos cerca de 510 a 518 anos atrás.
Dia da Raça, dia de Colombo é o nome que recibe na maioria dos países latinoamericanos as festas de 12 de outubro em comemoração o desembarque do marinheiro Rodrigo de Triana en 1492, depois de ter navegado mais do que dois meses ao comando de Cristovão Colombo para o que viria ser chamado de América.
 A denominação foi criada pelo ex-ministro espanhol Faustino Rodríguez-San Pedro, como Presidente da União Ibero-americana, que em 1913 pensou em uma festa que unisse a Espanha e a América Latina, elegendo para esta o dia 12 de Outubro.
No entanto, a Venezuela renomeou a festividade de Dia da Resistência Indígena,para honrar a perseverança dos povos nativos na sua luta por dignidade.
Na Venezuela, os povos indígenas têm um reconhecimento de sua rebeldia, o que os levaram a custa de muita luta  à concessões a este povo, dentro da Constituição, à direitos negados a eles por séculos.
 Esta Constituição, a única aprovada por referendo popular na Venezuela em 1999, prevê para os índios e os reconhece, em todo  um capítulo inteiro, com oito artigos.
 Além disso, 500 anos após a colonização europeiaa Bolívia é também um dos países da região que consolida um processo de revolução democrática e cultural, com a inclusão dos povos indígenas para as funções de decisão nacional.
 Evo Morales, da etnia indígena aymara, é presidente da Bolívia desde 2005. Em seu governo empreendeu diversas iniciativas que defenderam o povo indígena desta nação.
No entanto, em outros países da região, como Chile e Paraguai, as comunidades indígenas ainda lutam para conseguir seus direitos defendidos.
No Paraguai, os povos indígenas se mantêm à espera de sejam devolvidas  seus territórios ancestrais. Sem habitat, comunidades inteiras sobrevivem em áreas urbanas.
Depois de três queixas, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sancionou a favor de que o Estado paraguaio restituisse  as terras aos indigenas.
Um esforço similar também mantém os indígenas mapuche no Chile, onde os nativos levam a diante um protesto para exigir do governo o reconhecimento do seu direito de acesso
às terras, as quais têm sido gradualmente retiradas destes.
 
Fonte: Telesur.
 http://www.cubadebate.cu/noticias/2010/10/12/latinoamerica-conmemora-dia-de-la-resistencia-indigena/  




 
 

A AMERICA LATINA VIVE

Este site está no ar para deixar claro que, nós LATINOS, estamos mais do que nunca unidos para transformar o pensamento sulamericano, valorizar nossa cultura, nossa terra, nosso povo, nosso suor e sangue. Lutamos para manter viva as tradições de nossos antepassados, que há muito tempo foram violentamente calados e sucumbidos, para que outros obtivessem nossas riquezas. Porém mais do que nunca, a ALMA guerreira desde povo latino, grita, se liberta e vai a luta .Salve todos que lutam por uma America Latina melhor e unida.